São empresas familiares aquelas “em que uma
Família detém o controlo, em termos de nomear a gestão, e alguns dos seus
membros participam e trabalham na empresa”. Definição de empresa familiar dada
pela Associação Portuguesas de Empresas Familiares (APEF).
De
acordo com esta Associação, o peso das empresas familiares em Portugal está
estimado entre os 70% e 80%, produzem cerca de 60% do Produto Interno Bruto e
empregam mais de metade da mão-de-obra.
Independentemente de muitas circunstâncias o
exemplo seguinte é um típico caso de uma empresa familiar que evolui
alinhadamente com o crescimento da família:
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Fundação: Pais com 25 a 30 anos e os filhos até 9 anos de idade;
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Crescimento: Pais com 30 a 40 anos e os filhos até 20
anos de idade;
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Desenvolvimento: Pais de 40 a 50 anos e os filhos até 30 anos
de idade a entrarem na empresa;
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Expansão: (maioridade). Pais de 50 a 60 anos, filhos até 30 anos e netos até 9
anos;
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Consolidação: (maturidade). Pais de 60 a 70 anos, filhos
até 40 anos, netos até 20 anos de idade;
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Institucionalização e renascimento: Pais de 70 a 80 anos (reformados), filhos de
40 a 60 anos (na direcção da empresa) e netos à procura de emprego.
Vários estudos Nacionais e Internacionais
indicam que apenas 30% das empresas familiares conseguem sobreviver à passagem
da liderança para a segunda geração, e destas, apenas 10% a 15% irá continuar
activa após a segunda sucessão. Isto quer dizer que num cenário de 20 empresas
só 2 ou 3 sobrevivem ao neto.
São também dados desses estudos que 60% dos
fracassos das empresas familiares são devidos a problemas da família, 20% por
razões empresariais, 10% por falta de capital e 10% por incapacidade do
sucessor.
Para além dos desafios associados à crise
económica, as empresas familiares têm outros designadamente a sua continuidade
e profissionalização. Por isso é normal admitir familiares sendo essa uma
formas recrutamento de um sucessor para a liderança da empresa.
Um desejo normal de qualquer família é o de
incorporar os seus filhos ou familiares na empresa,
Na actual conjuntura em que o desemprego
jovem é bastante elevado, acima dos 35%, há uma tendência para incorporar estes
jovens na empresa da família.
A admissão de colaboradores deverá ser sempre
efectuada após uma avaliação rigorosa das necessidades da empresa. A pessoa a
admitir e integrar deverá ser avaliada nas suas capacidades e interesses, e a
sua integração e continuidade na empresa deverá depender da produtividade.
O recrutamento de um familiar não deve ser
excepção, senão a empresa familiar pode
transformar-se num refúgio de incompetentes!
No que diz respeito à sucessão às vezes é
mais difícil a escolha!
Às vezes não existem na família pessoas com
perfil ou experiência e competência para liderar pessoas e projectos, e muito difícil
a nomeação de um sucessor.
Por isso a sucessão deverá ser objecto de
construção e planeamento. Numa primeira fase com a integração estruturada de
familiares com o objectivo de os profissionalizar na empresa e os tornar
empreendedores, se tal não for possível o melhor é ir ao mercado buscar os
melhores profissionais que garantam rentabilidade para a empresa e para a
família.
Algumas famílias e empresas recorrem a
profissionais do Coaching para o planeamento e apoio da integração de
familiares na empresa, e posterior preparação da sucessão, pois é do senso
comum que quem falha em planear, planeia
falhar!
Armando
Fernandes
Business
Coach / Consultor de Negócios
Ilustração de Mafalda Fernandes